7 de out. de 2009


”Requiem aeternam dona eis”[i]: o repouso de Macabéa

Albano Marcos Bastos Pêpe

“... a razão não é a essência do universo, nem a essência de Deus. Ao contrário e de forma bem questionável, a razão parece ser a essência do pensamento humano, pior ainda, a essência de apenas uma tendência do pensamento humano. A razão é a essência de um certo domínio do pensamento humano”
J. M. Coetzee[1]

Pensar, não como exercício teórico-científico, mas me deixando levar pelo texto que passo a tecer tal fiandeira, traçando os caminhos da narrativa, que Walter Benjamin[2] expõe como “a experiência que passa de pessoa a pessoa”. Tendo como fonte os relatos que escutei dos personagens de Clarice, da fala poética de Álvaro de Campos e de minhas experiências, abandonando a mera informação expositiva em nome de uma ação livre que busca a autonomia de um relato muito mais amplo que uma mera e convencional comunicação. Para tanto, tenho como fio condutor um texto, um relato literário, despojado de qualquer pretensão cientificista. Eis o desiderato que proponho frente uma comunidade que debate-se desde sempre no interior da discussão acadêmica atual e que fica sem saber o que fazer com paradigmas considerados por muitos especialistas como mortos e devidamente enterrados. Nada mais convencional, já que vivemos o pós isto, o pós aquilo e tantas outras firulas que retroalimentam o modismo discursivo dos convescotes acadêmicos.
O pensador francês Bruno Latour[3], em ensaio denominado “Jamais fomos modernos”, faz-me recordar um legado dos modernos que apresenta o conhecimento concebido a partir do poder científico encarregado de representar as coisas e do poder político encarregado de representar os sujeitos. Minha narrativa não se pretende representação, antes de tudo apresentação e, portanto me sinto à vontade para no uso do lógos, da Palavra, e tendo acesso à linguagem, assim como todos os presentes, relatar esta estória sem o uso de categorias que servem à representação científica tipo verdadeiro-falso ou racional-irracional e sem a pretensão de que esta fala se manifeste como transgressora ou marginal aos meus interlocutores. A quero como fruição, como devir, como condenação que nossa espécie trás inscrita em sua singularidade afirmada como a do homo sapiens sapiens.
Dotado de linguagem, este ser-aí (dasein) - que todos somos -, produz memória, lembranças de eventos passados, de eventos vividos no presente (já passado) e de eventos a ser vividos no futuro como jogos de projeções frente sua finitude. Diria de passagem, que esta narrativa prende-se fundamentalmente nesta típica marca da condição humana: a da produção de memórias que unem indelevelmente a vida e a morte, e que, conseqüentemente busca sentido para a existência, face um pequeno “defeito de fabricação” estabelecido pelo Arquiteto do Universo, que impossibilita a imortalidade deste ser enquanto ente finito.
Assim, a memória inscreve-se nas formações culturais da humanidade enquanto história. Nesta, os eventos produzidos são organizados cronologicamente enquanto presente, passado e futuro. Os saberes são naturais, sagrados, laicos e científicos. O tempo é periodizado enquanto antigo, medieval, moderno e pós qualquer coisa. A vida sofre um processo de ordenação. A Palavra é religiosa, científica, poética, literária ou vulgar. A realidade é fruto de tais partições e a verdade... Bem, a verdade é uma outra questão reivindicada e apropriada vias de regra pelos detentores do “saber, poder, lei”. Quanto ao real, todos nós somos herdeiros do legado platônico e aprendemos desde sempre que a ele não temos acesso, salvo por alguns lapsos de memória, logo relegados pelos habitantes da Caverna. Aprendemos com os doutos que a realidade se constitui de um esforço sobre-humano de nos aproximarmos do real, quem sabe mero factóide, ou seja, um fato, verdadeiro ou não, a nos animar na insana busca de sentido manifesta pela Palavra travestida de científica na academia, de religiosa na igreja, de senso comum na aldeia. Dela retiramos teorias, atos de fé e convicções ditas pessoais e coletivas, uma torre de Babel, como exclama Álvaro de Campos o Poeta, ante tal bagunça:
“ Deuses, forças, almas de ciência ou fé/ Eh! Tanta explicação que nada explica!/ Estou sentado no cais, numa barrica,/ E não compreendo mais do que de pé”.
[4]Álvaro de Campos
No entanto, desprovido de memória segue o Cosmos, infinito, linear, sendo, desde sempre. Nele, nos encontramos sob a égide de um tempo sublunar e nele, os outros seres vivos, que à diferença de nós humanos vivem o tempo cósmico, sem passado, sem presente, sem futuro; apenas o existir e o deixar de existir, desde sempre, para sempre. Neles, a vida e a morte seguem os passos da existência cósmica. Neles, a memória é simplesmente genética, produtora dos instintos que garantem o viver no habitat natural, produzindo mutações evolucionárias que se dão eternamente, pois este parece ser o sentido maior da vida. Nus, desde sempre despidos, pois nunca vestidos (revestidos) de carapaças os outros seres vivos nascem, vivem e morrem, simplesmente.
Mas, este não é o destino de Macabéa, vivente humana que herda o legado do tempo sublunar. Existe para a vida, pensada para a morte, para sua “hora da estrela”.Portanto, viva Macabéa, para que seus sentidos se apropriem da doce despedida do ser que sabe-se ente, vivente, apenas. Viva Macabéa, na certeza de sua incerteza de ser, na sua mediocridade habitual, habitante de um mundo que apenas te obriga a respirar, recolhendo tal Penia as migalhas que mitigam tua fome tão ínfima, tão pobre de desejos e de falta de sentido. Não tens a ciência, não tens a fé, não tens a ideologia e tua esperança nem esperança o é, não tens da Palavra nem a redenção. Estas são palavras que apreendo no escrevinhar que te desnuda, desde sempre vestida. Ao retirar o véu que a oculta, alethéia como diriam os filósofos gregos, Clarice Lispector, por nunca saber-se plenamente nua veste-se Macabéa, e a ti impõe o papel de conduzir o ofertório da despedida. Diante de da tal cerimonial, o Poeta Álvaro faz a celebração:
“Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou./ Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma. /Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade/ Em mim (...)”
Álvaro de Campos
Um conto, uma narrativa, frágil castelo de letras... Num sutil adeus de alguém que escolheu como reduto de sua breve existência, a escrita. Sua forma maior de ser no mundo. Despedida com seu estilo de existência: através de personagens, que, aos fragmentos deixam entrever o ser único que se expõe timidamente.
Como elaborar seu próprio réquiem sem resvalar em lugares comuns e pendulares, que vão do elogio exacerbado à comiseração dos personagens criados, que neste momento emergem para depor ante a finitude de seu criador. Réquiem como ofício da despedida, do abandono, do abandonar-se ao Nada, preenchendo as pequenas lacunas, os incômodos vazios que desde sempre anunciam da finita vida sua totalidade, indo ao encontro de sua plenitude, sem lacunas, sem vazios (sempre pensamos que há espaços a serem preenchidos), enfim, o Caos.Quando a linguagem é nossa condenação e liberdade, a vivemos, como única ancora possível para a existência, para um existir sem sentido, mas que exige sentido, algo como o que justifique não a vida, mas tão somente “a véspera do morrer”.
Clarice escolhe seus personas, ou seja, seus personagens. Aqueles que farão companhia para mergulhar definitivamente na sua morte que se anuncia a partir de Macabéa e daqueles que partilham sua breve vida. Escudada em um heterônomo qualquer, - Rodrigo S.M. -, elabora seu réquiem, na busca de sentido ao sem sentido, desvelando ao mesmo tempo, dialeticamente, o sem sentido do sentido de sua existência singular que se esvai incompreensivelmente. Daí, como ela mesma deixa passar: “A morte é um encontro consigo... O melhor negócio é ainda o seguinte: não morrer, pois morrer é insuficiente, não me completa, eu que tanto preciso”. Já que seus personagens, fragmentários e fragmentados não preenchem as lacunas de um existir que nunca encontra plenitude neles e que logo anunciados desmancham-se no ar... “quem sou, não sei, quem fui, morri-o”, diria Pessoa aos meus ouvidos, nestes entreveros de um mim consigo mesmo. E Álvaro acrescenta:
“Quem me vendeu ao Destino?/Quem me trocou por mim?”
Álvaro de Campos
Busco dialogar com Clarice através deste réquiem, batizado, - assim o recepciono, - como “A hora da estrela”. Eu, em completo desamparo meu tentando despir-me das armas conceituais desde sempre a mim ofertadas, tomando as palavras como bom senso, para uma Comunicação numa comunidade que trata do direito, da psicanálise, da arte e quiçá da filosofia. Tento desnudar-me daquilo que me reveste, veste de novo, do novo e do antigo. Mas tal desnudamento nunca se realiza plenamente, estou sempre vestido pela Palavra, pelo lógos, marca da espécie que me designa. Sou refém pela fala, pela escrita, pelo texto, por todas as metalinguagens que tentam ferir o real, sou criador de mundos, falíveis, finitos, assim vivo as realidades que se dizem reais. Mas, como deixar-me levar pelo suave embalo de “uma crônica de uma morte anunciada” sem transgredir a pureza do texto em sua literalidade. Como sentar-me ao lado da moribunda e simplesmente recepcioná-la na sua breve existência que, diante de mim - também moribundo - se esvai. Eis mais uma pergunta que se me apresenta, cuja resposta possível ela, a pergunta, traz em suas entranhas, tão estranha ao meu corpo que a gesta à espera de um parir morrendo, de um nascer como uma estrela.
Mansamente, apenas sentindo o movimento da natureza que me envolve nesta solidão serrana, abro os sentidos e a morada (oikós) para recebê-la, Macabéa, a ti e àqueles cujas existências dependem da tua existência, nesta rápida saga que nomeamos como vida. Os recebo, enquanto arautos, anunciadores, clarividentes, enquanto desdobramentos da Clarice que se anuncia Rodrigo, pois Macabéa... Como é difícil falar na morte na primeira pessoa do singular.
Macabéa, me remetes a idéia das origens das espécies, mais especificamente à origem da espécie a qual pertencemos, visto sermos o padrão único do homo sapiens sapiens. Em nossa evolução natural, vivemos desprovidos da capacidade de nos orientarmos pelos instintos, tal como as demais espécies, que vivem, simplesmente vivem e morrem, cumprindo assim o ciclo daqueles que nascem neste planeta, em Gaia, sua única e possível morada. Sem adentrarmos em teses cientificas e acadêmicas, a existência e evolução da espécie humana se dá, à diferença das outras espécies a partir da linguagem, do lógos, da necessidade absoluta da produção de sentido para sua existência. Desde as coisas mais elementares, como proteger-se das intempéries naturais, como a busca de alimentos, como a reprodução, com as crias,como a insociável sociabilidade com os demais membros da comunidade, da tribo, do clã, enfim dos anatomicamente iguais.
Assim como os membros das demais espécies se constituíram em grupos da mesma espécie (as matilhas, as manadas, os cardumes) a nossa, também se fez comunitária, tribal, com a sutil diferença de sermos capazes de criar coletivamente memória das experiências humanas vividas, atribuindo às mesmas, sentido temporal: presente, passado e futuro. Assim apreendemos o tempo como algo que está em nós, que nos habita, como um para além face ao tempo natural que acontece, que simplesmente acontece, apenas existenciado pelas demais formas de vida, o tempo cósmico, imprescritível.
Tal assunção de algum modo nos desvincula do tempo cósmico, mas, contraditoriamente a ele nos mantém aprisionado, visto que somos apenas uma espécie dentre outras que habitam physis, a Natureza. Neste processo contraditório está, talvez, uma de nossas grandezas e miséria simultâneamente: descobrimos a finitude, somos mortais em um Universo “que jamais começou” mas que gesta em seu ventre seres mortais e, um único ser que se pensa em sua infinita finitude: o humano. Na quebra deste fino tecido que nos distancia das demais espécies, nos compreendemos como seres para a morte, sendo ela expressão maior do fim, condição de sentido primordial para nos construirmos enquanto seres para a vida; lembra-me Heidegger, uma entre tantas vozes que em mim, teima em não calar . Seres para a vida, seres para a morte, questões que fazem mais uma vez, o Poeta pensar em voz alta:
“(...) nunca propriamente reparei/ Se na verdade sinto o que sinto. Eu/Serei tal qual pareço em mim?/ Serei Tal qual me julgo verdadeiramente?/ Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,/Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.”
Álvaro de Campos
Digo estas coisas Macabéa, pensando numa resposta procurada por Clarice enquanto Rogério, para seu eu, seu “mim”, desdobrado em tantos outros “mins” necessários e que faz este desabafo: “pois não agüento ser apenas mim”. Falo a ti, não para te dar a resposta, pois não a tenho (quem a tem?), mas para ao seu lado procurar o sentido da pergunta. E a pergunta se pergunta pelo sentido da Vida. E é para isto que você existe Macabéa, para conter em teu mirrado corpo nordestino os tentáculos da pergunta de sua criadora e criatura. A existência que lhe foi designada traz consigo o fardo das coisas finitas que pesam dolorosamente e que um dia, sem mais nem menos, finda. Clarice, por amor, projetou em você a criatura que suportaria o peso e a leveza do fim da vida, da sua vida.
A Palavra constituiu-se no útero que te germinou Macabéa. Foi neste lugar fecundo que tua existência explodiu, veio ao mundo intimista de uma “criadora de mundos”, tão somente para cumprir uma missão, delicada, frágil e simples. Apresentando assim a vida, como ela o é, plenamente, ao extinguir-se em sua singularidade como um clarão derradeiro na hora da estrela.
Clarice te anuncia ambiguamente: “Eu não inventei essa moça. Ela forçou dentro de mim sua existência. Ela não era nem de longe débil mental, era a mercê e crente como uma idiota. A moça que pelo menos comida não mendigava, havia toda uma subclasse de gente mais perdida e com fome. Só eu a amo” (grifo meu). És, portanto, a filha pródiga, a quem foi dada, dentre tantos personagens dos mundos de Clarice, o papel da fiandeira, aquela que tece com a Palavra a delicada teia que anuncia o fim, o fim desta mesma Palavra de um ente que vive a eterna finitude de ser. Solidariamente Álvaro acrescenta:
“Há um amargo de boca na minha alma:/É que, no fim das contas/,Não estou pensando em nada, Mas realmente em nada/, Em nada...”
Álvaro de Campos
Parece-me que a eternidade finita da Palavra tem sua duração enquanto ressoa em um outro. Reverbera, ecoa, procura sentido, mas ao mesmo tempo dá sentido à perdição daqueles entes que procuram ser, embora que o sejam, desde sempre. A Palavra que se esgueira pelas esquinas, pelos becos fétidos, pelas vielas do “cais imundo”, pelos paralelepípedos da Rua Acre. Pelos diálogos-monólogos com a rádio Relógio (os locutores invisíveis), com Olímpico (seu namorado?), com seu Raimundo (o chefe), com as quatro Marias (viventes no mesmo quarto), com Glória (a amiga?), com madame Carlota de tantos adjetivos: caída na vida, mulher-dama, cartomante, quem sabe oráculo!
Palavra que toma forma e conteúdo, esboçando mundos paralelos através de tantos personagens, diante da minúscula Macabéa. Criando atmosferas suburbanas que ela dividia com os gordos ratos e tais e quais personagens, logo ela, confessa Clarice: “Maca (que) jamais disse frases, em primeiro lugar por ser de parca palavra”. Mas, a Palavra, em sua gênese a ninguém poupa, nos sufoca, nos vomita e nos faz vomitá-la. E, conforme Álvaro, “A vida... branco ou tinto, é o mesmo: é para vomitar”. Neste furacão voraz onde o sentido muito das vezes perde-se no não-sentido, ecoa um grito de desespero e confissão: “quanto a mim, só sou verdadeiro quando estou sozinho”, dirá Clarice. Como e quando estiver sozinho, sem ser atravessado, violentado pela Palavra, eterna nomeadora de todos os nossos momentos. Como estar sozinho se sou legatário da memória da Palavra, desde sempre, se o legado da espécie implica em dar sentido, sempre, mesmo que seja, ao sempre sem sentido . Eis a existência que, exemplarmente, nos abriga e obriga a sermos “seres para a morte”.
A hora da estrela, o momento de ser verdadeiro, único, insiste a autora: “Pois na hora da morte a pessoa se torna brilhante estrela de cinema, é o instante da glória de cada um e é quando no canto coral se ouvem agudos sibilantes”. Eis o momento em que a Palavra perde sua força e divindade: “eu sou o Verbo”, passa a ser um enunciado pleno de vazios: morto, não mais sou capturado pelas palavras. Não há mais momentos, não há mais presente, nem passado, nem futuro, pois assim reafirmará Clarice: “o dia de hoje, o dia de hoje e o dia de amanhã será um hoje, a eternidade é o estado das coisas neste momento”.
Não morres sozinha Macabéa, neste fiapo de consciência em que te agarraste e que repetias, como a nos convocar a sermos um tu: ”eu sou, eu sou”, buscando “no próprio profundo e negro âmago de si mesma (...) o abraço da morte”. Pois neste instante, neste átimo de tempo sem tempo, o Poeta se debruça e fala suave e amorosamente à tua alma:
“Estou morto, de tédio também/ eu bato a rir, com a cabeça nos astros/ Como se desse com ela num arco de brincadeira/ Estendido, no carnaval, de um lado ao outro do corredor,/ Eu, assombroso e desumano,/ Indistinto a esfinges claras,/ Vou embrulhar-me em estrelas/E vou usar o Sol como chapéu de coco/ Neste grande carnaval do depois de morrer”.
Álvaro de Campos.
Encontrastes enfim Macabéa, alguém, além de ti mesma criatura e criadora, que te ama infinitamente, neste momento do ser que se ausenta do ente para toda a eternidade.

No silêncio desta noite-madrugada, silêncio que marca a ausência do ruído das vozes humanas, silêncio do coaxar dos sapos, do canto dos grilos, dos latidos dos cachorros que passam, procuro, ao abandono da Palavra pensar a sinfonia desde sempre executada pelos corpos celestes, já inaudíveis para nós seres humanos incapazes de nos ouvirmos enquanto seres naturais.
E, se o “silêncio é tal que nem o pensamento pensa”, como este narrador escutou de Clarice, o corpo de Macabéa ali na sarjeta, colado no capim, abraçada em si mesma, numa carícia derradeira, sentiu-se por inteiro, plena, feliz, única, sentindo pela primeira e última vez sua nudez, a nudez do fim da Palavra... Eis o silêncio, tão agonicamente esperado, por ela, por nós, por cada um de nós... Adeus Macabéia, ou melhor: até breve...
Lá fora, tingidas de amarelo-ouro as folhas dos plátanos soltas, livres navegam pelo cósmico Caos. Levadas pelo vento e, na simples despedida, reverenciam os dias outonais...
[1] J. M. Coetzee. A VIDA DOS ANIMAIS; Tradução de José Rubens Siqueira, Companhia das Letras. São Paulo. 2002.
[2] BENJAMIN, Walter. MAGIA E TÉCNICA, ARTE E POLÍTICA; Tradução de Sergio Paulo Rouanet Editora Brasiliense. São Paulo. 1987.
[3] LATOUR, Pierre. JAMAIS FOMOS MODERNOS; Tradução de Carlos Irineu da Costa, Editora 34. Rio de Janeiro. 1994 (quarta reimpressão, 2008).
[4] Pessoa, Fernando. Poemas de Álvaro de Campos; obra poética IV, Editora LP&M: Porto Alegre, 2008. Todas as falas de Álvaro de Campos descritas no texto estão contidas nesta obra.
[i] “Dá-lhes o repouso eterno”

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